Os coordenadores dos Projetos Parlamento dos Jovens, Parlamento Jovem Regional e Projeto Unesco promoveram no dia 5 de janeiro de 2024, ano em que se assinalam os 50 anos da Revolução dos Cravos, uma conferência sob o tema “Viver Abril na Educação – Caminhos para uma escola mais plural e participativa”. Foi no o auditório HBG, repleto de alunos de 9.º ano, que as palestrantes, as professoras Rita Pestana e Sofia Canha, testemunharam e estimularam a reflexão acerca do tema em apreço. A professora aposentada Rita Pestana, ilustre sindicalista, ex-deputada à Assembleia da República e à Assembleia Legislativa Regional, ativa defensora dos seus princípios e causas, relatou, na primeira pessoa, a experiência enquanto aluna e professora antes do 25 de abril de 1974, assinalando as diferenças nas metodologias e pedagogia de ensino. A condição feminina foi alvo de especial atenção, sublinhando aos alunos o muito que foi conquistado e o quão fundamental é não permitir que se regrida.
Já a professora no ativo Sofia Canha, ex-deputada à ALRAM, vereadora da CM Calheta, cidadã ativa, sempre pronta a manifestar-se na defesa de causas ambientais, sociais e educacionais, lançou uma dinâmica ao público presente, fazendo-os refletir acerca da diferença entre a “perceção” e a realidade dos factos. Propôs que os alunos se levantassem e virassem ora para o lado direito, se aquilo que ela afirmasse se reportasse ao período da Ditadura, ou para o lado esquerdo, caso pensasse que dizia respeito à atualidade. Os alunos aderiram à atividade e a maioria demonstrou ter percebido as diferenças. A Democracia foi apontada como o melhor dos sistemas políticos, isto apesar das muitas fragilidades e da necessidade de melhoramento. Foram alertados pelo professor Paulo Renato, coordenador do Projeto Unesco e professor de História, para a necessidade de defender a Democracia e muito essencialmente o direito de voto, tão arduamente conquistado para todos os cidadãos, maiores de 18 anos.
Relativamente a pistas para o desenvolvimento de Medidas a apresentar no Projeto Parlamento dos Jovens, a professora Sofia Canha, deixou no ar a questão da importância das consultas públicas, sendo que seria bom se fossem incentivadas nas escolas, garantindo que a comunidade escolar era ouvida nas decisões que se tomam no Conselho da Comunidade Educativa. Ou seja, se as Associações de estudantes se mobilizassem para se fazerem ouvir nas instâncias que decidem aspetos relacionados com educação.
Julgamos que este espaço de reflexão pode ser potenciado se os professores de História ou Cidadania aproveitarem para discutir nas aulas o tema e suscitar dos alunos o que retiveram da Conferência.